Muitas
vezes, neste Blog, tenho expressado minha queixa e indignação pelo modo
como os meios de comunicação noticiam realidades que dizem respeito à
Igreja católica. Isto acontece muitas vezes por ignorância – o que é
inadmissível, pois um jornalista tem a obrigação ética de conhecer em
profundidade o assunto e a realidade que contextualizam a matéria que
está noticiando. Por conta dessa ignorância já escutamos bobagens de
todos os nipes e tamanho em praticamente todos os meios de comunicação e
pela boca de grandes comunicadores.
Mas,
o que mais fere é perceber que muitas vezes por trás do modo como se
noticia há também a leviandade, o preconceito e até a má-fé no tocante
ao cristianismo de modo geral e à Igreja de Cristo de modo particular.
Escrevo
para dar-lhe dois exemplos fresquinhos, à primeira vista
imperceptíveis; mas lá estão, como um modo de desconstruir a visão
positiva que se possa ter da Igreja e de quanto a ela se relaciona.
Vamos aos exemplos:
1.
A Globo News, informando sobre a viagem do Papa ao México e a Cuba,
constatando a multidão que acorreu para ver o Sucessor de Pedro (cerca
de 3.400.000 pessoas foram às ruas em León para ver o Papa), avisou que
essa viagem é parte de uma estratégia do Vaticano para estancar a fuga
“vertiginosa” de fieis católicos no México. Primeiro, essa fuga não é
vertiginosa como se noticiou, e o mais importante: o Papa faz essas
visitas não por estratégia, mas unicamente pela sua missão, recebida do
próprio Cristo Senhor, de confirmar seus irmãos na fé. Por isso mesmo
tanto João Paulo II quanto Bento XVI visitam países mesmo não havendo
maioria católica. Que foi fazer o Papa na Turquia ou na Jordânia? Mas, é
esta a interpretação "fidelíssima" da Globo News e, certamente, de
tantos outros veículos de comunicação... É isto: a ideologia e a
superficialidade pautam a comunicação, hoje mais que nunca!
2.
A Revista Veja – sempre ela, antirreligiosa, anticristã e anticatólica.
No seu último número a revista traz uma matéria sobre o Mosteiro de São
Bento de Salvador. Constata que aquele importante centro de vida
espiritual tem muitos jovens candidatos à vida religiosa e afirma que
esta é uma tendência no Brasil todo: o aumento consistente no número de
vocações. Mas, profundidade de análise que é bom, nada! Pelo contrário:
de modo superficial afirma que muitos estão ali procurando promoção
social, pois “grande parte dos jovens enxerga na paróquia uma chance de
crescer na vida” – e diz isto citando o coordenador do Censo Anual da
Igreja Católica! Finalmente informa que o Mosteiro possui computadores,
sala de TV e de ginástica, além de outras comodidades “para atrair os
jovens para a clausura”. Se isto fosse verdade, seria melhor que o
Mosteiro fechasse de vez, pois alguém deve fazer-se monge não por
status, diversão ou músculos, mas unicamente para procurar Deus,
seguindo os passos do Cristo Jesus.
Escrevo
isto somente para que estejamos atentos a esses truques e leviandades
que descaracterizam a Igreja e suas realidades... A boca fala do que o
coração está cheio... Do que estará cheio o coração dessa gente? Cada um
que imagine. Nós, estejamos atentos no modo como recebemos essas
informações – e por elas, imaginemos como se deturpam outras análises
pela parcialidade, leviandade e incompetência...
FONTE: Blog de Dom Henrique Soares